Atitude Empreendedora: Uma competência estratégica ao profissional do futuro
Diante de um cenário empresarial extremamente acirrado, possuir a competência “atitude empreendedora” se torna uma estratégia inteligente ao profissional do futuro. A busca por indivíduos que estejam atualizados, engajados, que fujam do comodismo, que contribuam para o desenvolvimento de processos e que promovam a mudança em si mesmo, serão fortes indicadores para competir num mercado cada vez mais dinâmico, ágil e volátil.
O objetivo deste artigo é apresentar as diferenças entre ser empreendedor e intra-empreendedor, e como tais atitudes podem tornar-se um diferencial estratégico para você sobreviver neste mundo versátil.
“Ser um empreendedor é muito mais que ter vontade de chegar ao topo de uma montanha; é conhecer a montanha e o tamanho do desafio; planejar cada detalhe da subida, saber o que você precisa levar e quais ferramentas utilizar; encontrar a melhor trilha, estar comprometido com o resultado, ser persistente, calcular os riscos, preparar-se fisicamente; acreditar na sua própria capacidade e começar a escalada”.
Aprender a Aprender. Programa Brasil Empreendedor
O termo empreendedor é derivado da palavra francesa entrepreneur, usada pela primeira vez em 1725, pelo economista irlandês Richard Cantillon, reconhecido por muitos historiadores como o grande teórico da economia. A definição dada por ele ao “entrepreneur é o indivíduo que assume riscos.”
Para melhor entendimento do conceito empreendedorismo, são apresentados mais dois autores que sabiamente definem esta personalidade no atual cenário empresarial.
Barreto (1998), que define empreendedorismo como a habilidade de se conceber e estabelecer algo partindo de muito pouco ou quase nada. Pelo fato de considerar o empreendedorismo como um comportamento ou processo voltado para a criação e desenvolvimento de um negócio que trará resultados positivos, o autor não relaciona esta capacidade a uma característica de personalidade. Para ele, empreender é conseguir criar valor através do desenvolvimento de uma empresa.
Já para Drucker (1987), o empreendedor é aquele que cria algo novo, algo diferente, é aquele que muda ou transforma “valores” e, ainda, pratica a inovação sistematicamente, buscando fontes de inovação e criando oportunidades.
Percebidamente cresce a preocupação das empresas em conseguir desenvolver seus colaboradores, dando-lhes oportunidades para que suas idéias se realizem. Atualmente este é considerado um dos grandes desafios no mundo empresarial – o pertencimento.
Desta forma, o intra-empreendedorismo que é considerado um método eficiente, justamente por liberar o gênio criativo dos colaboradores, passa a ganhar forças nesse cenário, uma vez que, a empresa passa a valorizar o espírito empreendedor, estimulando as pessoas a concretizarem suas idéias, através do patrocínio e liberdade de ação para agir.
Este termo, intra-empreendedorismo foi introduzido pelo Consultor Canadense Gifford Pinchot1, para designar os profissionais que, nas empresas, assumem o papel de agentes de mudanças.
Pode ser considerado um sistema revolucionário para acelerar o processo de inovação, através do melhor uso dos talentos empreendedores. Trata-se, segundo Pinchot (1985), de um método que tem como objetivo fomentar a criação de empreendedores dentro da empresa. O autor compara o indivíduo que, ao invés de tomar a iniciativa de abrir o seu próprio negócio, opta por criar, inovar e buscar novas oportunidades e negócios para organização na qual trabalha. É o empreendedor dentro da própria empresa, que tem a habilidade de manter naturalmente a inovação sistemática no negócio, diferenciando-o e mantendo-o competitivo no mercado.
Logo, espera-se a formação de pessoas que vivam detalhadamente suas metas, que assumam responsabilidade pessoal de implementar novas idéias e transformá-las em ação e consequentemente, sucesso.1 PINCHOT (1865- 1946) – Consultor Canadense conhecido pela reforma da Gestão e Desenvolvimento de Florestas nos Estados Unidos.
Apresentada as diferenças entre empreendedorismo e intra-empreendedorismo, chamo atenção para as características, comportamentos e atitudes que até aqui definiram cada uma delas.
Com a finalidade de identificar quais comportamentos do empreendedor são freqüentemente apresentados em indivíduos com elevado desempenho profissionais, McClelland (1972, apud LOPEZ, 2005) concentrou seus estudos em três dimensões: Realização, Planejamento e Poder.
Estas três dimensões devem ser o foco de reflexão para uma nova tendência comportamental aos profissionais do futuro:
- Realização – este campo compõe-se da busca de oportunidades e iniciativas; persistência; assumir riscos calculados; exigência de qualidade, eficiência e comprometimento.
Essa dimensão está relacionada à disposição do indivíduo na realização das tarefas, às novas formas encontradas de fazer as coisas – de forma mais rápida e com um menor custo, a busca por novos produtos e expansão dos negócios. Refere-se à preocupação constante com a alta qualidade e eficiência. Lopez (2005) analisa os riscos envolvidos nos negócios, calculando os resultados esperados, buscando as melhores as alternativas para alcançar os objetivos desejados.
- Planejamento – engloba o estabelecimento de metas, a busca de informação, o planejamento e o monitoramento sistemático.
Essa dimensão busca organizar e gerenciar os negócios, definindo objetivos e metas, buscando informações de clientes, concorrentes e fornecedores (LOPEZ, 2005, p.30). Dessa forma, o conhecimento do indivíduo a cerca do empreendimento aumenta, contribuindo para que a empresa consiga se manter mais tempo no mercado e forma competitiva.
- Poder – este conjunto compreende a persuasão e redes de contato, a independência e autoconfiança. Refere-se “a capacidade do profissional de influenciar os resultados em beneficio próprio” (LOPEZ, 2005, 33). A autoconfiança, a responsabilidade dos riscos enfrentados no negócio e a autonomia nas decisões são características que auxiliam este profissional a mobilizar as pessoas em prol da conquista dos objetivos esperados.
É possível melhor compreender, o quanto cada indivíduo precisa ser visto como agente de mudanças. Por este motivo, compreender, considerar e apropriar-se de atitudes empreendedoras hoje se torna uma competência estratégica ao profissional do futuro.
Paula Souza
Especialista em Comportamento Humano – Paso Treinamento